
Chamo-me Antoine Tiabondou, e sou um sacerdote de Burkina Faso. Tenho 40 anos e em 2017 licenciei-me em Comunicação Social e Institucional em Roma. no ano passado regressei à Universidade Pontifícia da Santa Cruz para fazer o doutoramento porque o meu bispo se apercebeu da importância desta formação.
Foi uma grande bênção conseguir uma bolsa em plena pandemia.
Nasci na cidade de Piela, em 1981. A minha família é uma família católica e feliz. Somos sete irmãos. O meu pai já morreu; era catequista e, no meu país, ser catequista é um ministério importante que foi instituído pela Igreja no meu país desde o início da evangelização. Os meus pais receberam uma formação especial durante quatro anos e depois foram enviados pelo pároco a várias aldeias onde o meu pai tinha que ensinar os catecúmenos para receberem os sacramentos da iniciação cristã e o matrimónio. Por isso a figura do catequista é tão importante: ele assegura a permanência da Igreja em lugares remotos, onde o sacerdote só pode ir poucas vezes. Todos os domingos, o catequista reúne a comunidade e preside à oração dominical.
Foi um sacrifício para a minha diocese que eu estivesse fora estes anos para me formar, pela falta que há de sacerdotes.
Escuta-se a Palavra de Deus, partilha-se e faz-se uma oração comum pelas intenções da comunidade e da Igreja. Às vezes, o catequista distribui a Comunhão aos fiéis presentes e depois dá a catequese e visita os doentes. Em última instância é o catequista que está a cargo do povo da sua comunidade, porque o guia e anima com o anúncio do Evangelho e na espera do sacerdote.
Foi assim que decorreu a minha infância e foi assim que cresceu em mim o desejo de ser sacerdote, logo que tinha cinco anos: via a falta que fazia e o desejo que o povo tinha pela presença do sacerdote. Este desejo beneficiou do contacto de um sacerdote francês, redentorista, que vinha celebrar à nossa aldeia. Ainda guardo no meu coração uma recordação muito viva dele: a sua simplicidade, a sua proximidade do meu pai, a sua facilidade para dialogar com os jovens, com os líderes da religião tradicional e com os islâmicos, uma vez que no meu país há de tudo. Foi ele quem me apresentou para poder ingressar no seminário menor de Santo Agostinho de Baskouré, na diocese de Koupéla, em setembro de 1993; fui ordenado em 2008.
Foi um sacrifício para a minha diocese que eu estivesse fora estes anos para me formar, pela falta que há de sacerdotes. No entanto, é muito necessário, não só para ter bons e santos sacerdotes, como para que estes estejam preparados para a tarefa de evangelização, sobretudo através dos meios de comunicação. Por isso, em junho de 2017 regressei à minha terra para me ocupar sobretudo das escolas católicas e da Rádio Taanba, uma rádio diocesana. Mas o bispo quis que eu regressasse em 2020, em plena crise da pandemia, para fazer o doutoramento, por se aperceber da excelência da formação aqui. Foi uma grande bênção conseguir uma bolsa em plena pandemia.