Nasci na cidade de Bolekhiv, na parte ocidental da Ucrânia, e depois da escola estive no seminário de Kiev, durante seis anos. Pertenço à arquieparquia de Kiev, por isso, embora tenha nascido noutra região, posso dizer que Kiev se tornou o meu lar. Tenho muitos amigos e conhecidos ali e telefono-lhes com frequência e escrevo-lhes para saber se está tudo bem porque estou preocupado pela sua vida e segurança. O exército russo está a matar civis e a tentar derrocar o governo democrático.
A ajuda que nos podem dar é, em primeiro lugar com a oração.
Na minha opinião, a Ucrânia está muito longe da Rússia em termos de mentalidade e valores, mas próxima geograficamente, pelo que sofre com frequência a violência de diferentes regimes russos. Os nossos valores são a liberdade, a democracia, a igualdade, a dignidade humana, o trabalho e o amor à pátria. Na Rússia o governo tem sido sempre de um autocrata com quem o povo se identifica. A Russia de fato já tinha atacado a Ucrânia em 2014, quando anexou a Crimeia, e o que está a acontecer connosco, irá acontecer com outros países limítrofes.
A Igreja greco-católica desempenhou um papel muito importante na preservação e no desenvolvimento da nossa cultura, e na fé e pensamento dos povos eslavos, desde o começo do cristianismo na Rus’ de Kiev. A nossa Igreja foi sempre independente das autoridades políticas, ao contrário da Igreja Ortodoxa Russa, o que lhes produz, por vezes, a censura na pregação da Palavra de Deus. Durante a perseguição da nossa Igreja por parte do regime comunista, as pessoas rezavam em caves, às escondidas, porque as autoridades mandavam bispos e sacerdotes para a Sibéria ou fuzilavam-nos. A mesma coisa aconteceu com a Igreja greco-católica romena, durante o regime de Ceausescu foi a mais perseguida.
A ajuda que nos podem dar é, em primeiro lugar com a oração, porque só Deus pode vencer este mal da guerra. Depois também através da transferência de dinheiro e o envio de alimentos e de outras coisas. Muito obrigado por se unirem connosco e com o nosso povo!