Cosmas Agwu Uka

bandeira da nacionalidade do bolseiro Nigeria

Chamo-me Cosmas Agwu Uka, e sou do Norte da Nigéria. Os meus pais são católicos e eu sou o último dos seus seis filhos. A minha viagem no mundo começou a 29 de junho de 1990. Desde pequeno que me comprometi com a “Cruzada do Rosário”, que me obrigava a rezar o terço diariamente e a ler a Bíblia. Vivemos numa região predominantemente muçulmana, onde viver a fé católica quer dizer pôr em risco a vida, mas isso realmente fortaleceu a minha fé. Desde muito novo mostrei interesse em ser sacerdote e fui acólito.

Vivemos numa região (…) onde viver a fé católica quer dizer pôr em risco a vida

Os meus pais matricularam-me no seminário menor e, depois de um ano de discernimento, foi-me imposta a batina, o que foi para mim uma etapa fundamental no meu caminho para o secerdócio. A batina significava que já tinha posto as minhas mãos no arado e não podia olhar para trás. A batina branca também significou para mim que por dentro tinha que ser luz para o mundo. Era uma grande responsabilidade, mas deu-me alegria.

Em 2009, comecei os estudos filosóficos e depois os de teologia que acabei em 2017. A boa formação é imprescindível para se ser um sacerdote, é um pilar da sua vocação, uma vez que lhe ensina a apreciar a sabedoria da Igreja para poder ser um bom pastor na vida dos fieis. Mais ainda: um dos aspetos mais edificantes da minha formação no seminário, foi o fato de que ao fim de cada ano ser destinado a um trabalho apostólico para estar junto das pessoas, para as ensinar, rezar com elas e alimentar a sua fé.

Providencialmente fui ordenado no mesmo dia em que fui batizado: 21 de julho de 2018, passados 28 anos. Então, comecei a trabalhar como formador no seminário; foi uma experiência maravilhosa: acompanhar os jovens e vibrantes seminaristas a discernir o seu chamamento ao sacerdócio. Mas a minha vida como sacerdote está cheia de outras experiências como a celebração diária da Santa Missa.

Viu-se que era necessário que houvesse formadores no seminário com a requerida qualificação e o meu Bispo solicitou a uma instituição uma bolsa para poder estudar filosofia numa universidade pontifícia em Roma, mas não foi aceite pela grande quantidade de pedidos que estava a receber. Soubemos da Universidade da Santa Cruz e fiquei muito contente ao saber que o nosso pedido tinha sido aceite.

O meu tempo em Roma é realmente maravilhoso e o estudo da filosofia uma revelação, por isso sempre estarei em dívida com os meus benfeitores por me brindarem esta oportunidade e asseguro-lhes as minhas orações.