
Chamo-me David Ariel Echeverría e sou da Guatemala. Desde muito novo que senti um chamamento especial do Senhor, sem saber exatamente o que era. A minha vocação começou a despontar na minha família porque tinha um tio sacerdote no qual eu reparava muito e porque a minha avó me ensinou a rezar o terço. Aprendi então a ter os meus bocados de conversa com Deus. Ela sempre me disse que eu seria sacerdote.
Segue-me e já vais ver
Tinha eu cinco anos, quando, um dia, sentado na Igreja do meu tio, fiquei a olhar para o crucifixo do altar. Senti que o Senhor olhava para mim e foi assim que comecei a conversar com Ele e o melhor de tudo é que Ele me respondia. Pode parecer uma coisa que eu imaginei, mas para mim era uma coisa real. Ele só me dizia: “Dói-me, dói-me!”, e eu perguntava-lhe o que é que lhe doía e Ele só me respondia “Segue-me e já vais ver”.
Eu sou o mais novo de cinco irmãos. Os meus pais sempre trabalharam muito para nos dar uma boa formação. Vivíamos com o que tínhamos, mas, graças a Deus, nunca nos faltou nada. O meu pai é militar e a minha mãe sempre procurou trazer dinheiro para casa, quer fosse a vender gelados, quer através de um salão de beleza, e ainda trabalha. É uma mulher excecional: é o meu modelo de vida.
Antes de se casar era mórmon. Converteu-se pouco depois de conhecer o meu pai e começou a praticar a fé de um modo muito piedoso. Ensinou-me a amar a Deus sobre todas as coisas e a ter uma grande devoção à Virgem Maria e eu quis seguir o Senhor através dessa humildade e simplicidade dela.
Uma das minhas irmãs fez-se adventista e a minha mãe ajudou-me a aceitar e a compreendê-la. A minha família também passou por momentos de Cruz, que soube acolher com muita fé. A segunda a nascer morreu com três meses por causa de uma doença que, na altura, não tinha cura. Sempre que chega o seu aniversário, recordamo-la com especial carinho e emoção. A minha mãe continua a entristecer-se, mas acredita que é o nosso anjo da guarda e que ela nos cuida e nos reserva um lugar no Céu.
Entrei no seminário aos 17 anos, mas saí logo a seguir e comecei a estudar direito enquanto era acompanhado por um sacerdote. Quando o Senhor me voltou a chamar com mais força, deixei tudo e comecei a estudar filosofia na Universidade Pontifícia da Santa Cruz.