Davide Lombardi

bandeira da nacionalidade do bolseiro Itália

Chamo-me Davide Lombardi, nasci em Brescia, no norte da Itália, em 1999. Os meus pais educaram-me na fé desde a infância e frequentavam ambientes católicos. Tenho boas recordações da infância: catequese, missa dominical onde ajudei como acólito e muitos jogos de futebol no campo paroquial. Aos quinze anos, comecei a afastar-me da vida da graça, o que me levou a tomar decisões pouco sensatas. Além disso, a imaturidade típica da minha idade não ajudou. Liderado por alguns dos meus colegas de turma, comecei a odiar Deus e a Nossa Mãe: comecei a blasfemar e a não ir à missa aos domingos sem os meus pais saberem. O meu desempenho escolar baixou.

Nunca deixem Deus fora dos planos

Cheguei a meados de março chumbado a 6 das 11 disciplinas. De um rapaz feliz e despreocupado passei a experimentar uma profunda tristeza e amargura, que facilmente se transformava em raiva. Uma raiva que muitas vezes descarreguei sobre as pessoas que mais me amavam: os meus pais.

Em 2015 os meus pais convidaram-me a passar algum tempo em Las Presillas (Espanha) com os “Siervos del Hogar de la Madre”. Aceitei a proposta como uma alternativa melhor do que ter de passar o verão a estudar. Encontrei-me a viver numa casa com 7 religiosos; estava num país estrangeiro, não conhecia a língua, não conhecia o modo de vida, não apreciava a comida, e nos meus tempos de oração costumava adormecer ou pensar na morte da bezerra. Mas de repente, a graça de Deus tocou o meu coração e vi como era belo viver naquela comunidade, apreciar a missa diária e as horas sagradas, rezar o terço com Nossa Senhora, com gosto e amor, e desfrutar da alegria da vida comunitária.

Davide Lombardi

Ao voltar a viver na graça a paz, a serenidade e o entusiasmo voltaram ao meu coração. Após quatro meses regressei a Itália convencido de que tinha descoberto o que realmente queria fazer na vida, mas cometi o erro de acreditar que podia viver como o Senhor queria, sem a ajuda dele.

Foi assim que me afastei novamente de Deus. Gradualmente desisti da oração e deixei-me absorver pelas propostas do mundo. Aos 17 anos comecei a fumar haxixe e marijuana. O efeito destas substâncias desencadeou em mim a alegria que sempre quis experimentar, mas logo mudou de uma forma de me divertir nas festas para uma necessidade. Aos 18 anos já podia beber em bares e vivia ansioso pelo fim de semana para me poder divertir com os meus amigos. Apesar de tudo, nunca deixei de assistir às reuniões dos “Siervos del Hogar de la Madre”, mas com este estilo de vida a minha prioridade era o prazer, e estudar ocupava um lugar secundário. Chumbei de novo e os meus pais tomaram as rédeas do assunto: mandaram–me trabalhar durante a maior parte do verão numa fábrica, como operário, esperando que a experiência me ajudasse a amadurecer. Em setembro regressei à escola e acabei o secundário a 17 de junho de 2020. A 6 de julho já estava a trabalhar.

Gostei do trabalho; havia um bom ambiente entre os meus colegas e durante algum tempo tive tudo o que queria: dinheiro para os meus vícios e liberdade de movimentos e de horários.

No entanto, tinha constantemente a sensação de que me faltava qualquer coisa, e este pensamento tornou-se cada vez mais irritante e não me deixava em paz. A 11 de Abril de 2021 tomei a decisão mais importante da minha vida: abrir o meu coração a Jesus. Assim, comecei uma viagem de discernimento com um padre. Então a minha prioridade tornou-se voltar a entrar em contacto com Deus e com a Nossa Mãe: retomei a missa diária, a oração pessoal – especialmente o Rosário – e a leitura de livros que me poderiam ajudar a crescer espiritualmente. Desde 2 de outubro de 2021 que sou “Siervo del Hogar de la Madre” e estudo para ser sacerdote na Universidade Pontifícia da Santa Cruz. Agora todos os dias sinto uma alegria incomensurável e uma exultação no Espírito. É quase impossível encontrar as palavras certas. Este é o meu testemunho de conversão. Não é um caminho fácil, mas é um caminho feliz, como diria São Paulo VI. Eu só posso aconselhar a todos que nunca deixem Deus fora dos seus planos.