Chamo-me Francesco Fiorio, tenho 25 anos e nasci em Roma, num bairro da periferia. A minha infância decorreu muito em contacto com a paróquia e até pensei ser padre por ver a alegria dos padres, mas na adolescência as coisas mudaram: comecei a ter os pés em dois sapatos totalmente diferentes; nunca deixei a fé e continuei a ir à Missa aos domingos, mas, ao mesmo tempo, a única coisa que me interessava era construir uma imagem minha diante do mundo e conquistar a meninas. Na JMJ de Cracóvia, em 2016, senti o chamamento para o sacerdócio.
O chamamento “veio como um raio no céu sereno”
Este chamamento deixou-me totalmente desconcertado porque veio como um raio no céu sereno, e chegou quando eu estava mais fora de mim. Ao voltar para casa, fechei-me completamente, porque não queria ser sacerdote de modo nenhum, até que, no verão de 2018, a caminho de Medjugorje, passámos por Siroki Brijeg, uma aldeia da Bósnia.

Aí no dia 7 de fevereiro de 1945, os comunistas assassinaram 30 frades franciscanos, queimando os seus corpos e destruindo o convento, a biblioteca e os arquivos. A história daquele sítio foi-nos contada por uma senhora de lá.
Lembro-me muito bem que se comoveu e chorou ao contar-nos. Esse testemunho tocou-me no íntimo de mim mesmo e começou a mexer qualquer coisa no meu coração. Quando descíamos ao lugar do martírio, um dos sacerdotes que acompanhava o grupo, que me conhecia, disse-me: «Queres mais respostas?».
E chegou a quaresma desse ano em que me afeiçoei mais à oração e depois a ordenação de oito sacerdotes, em maio. Ver a alegria e a felicidade daqueles novos sacerdotes, ao entregar-se completamente ao Senhor, fez-me dizer: «Senhor, se é isto o que queres de mim, aquilo a que me chamas, está bem, eu aceito.» Aproveito a ocasião para também agradecer aos benfeitores a ajuda económica com que sustentaram os meus estudos na Universidade Pontifícia da Santa Cruz: espero poder compensá-los com a minha oração e também com bons resultados académicos.
