
Chamo-me Ygor dos Santos, sou o pároco em Realengo, um dos bairros populares do Rio de Janeiro. Na minha cabeça não estava vir a ser sacerdote, mas advogado ou informático. A minha família não era religiosa, eu não fui batizado de pequeno, e aos cinco anos fui com a minha mãe a uma igreja protestante, mas não ficámos lá muito tempo.
Depois frequentámos uma capela católica e recebi o Batismo e a Primeira Comunhão. Impressionou-me muito um seminarista que nos dava catequese e agora é sacerdote: eu observava tudo o que fazia e via a sua dedicação a Deus e a sua piedade.
O exemplo arrasta e o dele arrastou muito. Eu era filho único e a minha mãe disse-me: “Filho, seja qual for a vontade de Deus, se o faz feliz, eu vou apoiar você e estar perto de você”. Aquelas palavras aqueceram meu coração.
Ingressei no seminário do Rio em 2014 e fui enviado para a Europa em 2016. Agora estou de novo no Brasil, mas a minha experiência fora foi muito boa. Aprendi a ter um horário e uma rotina de oração, porque sem oração não conseguimos ir para a frente.
Também temos que ter sacerdotes amigos com quem partilhar alegrias e dificuldades da vida sacerdotal. Não podemos julgar que somos super-homens e querer enfrentar tudo sozinhos. Não vamos conseguir. E só um sacerdote entende outro sacerdote. Por isso quero agradecer aos benfeitores por todo bem que me fizeram.